sábado, 12 de março de 2011

520 - ensaio neoconcreto para sólidos e obtusos

gerânios geravam uma gramática de clausura
aturdidos os répteis eram cataclismos sonoros
na ordem geral das reticencias pairavam éolos

somente a pedra inspirava o sopro do pintassilgo
apenas a pedra resistia ao marulho do vocábulo
só a pedra resignada oferecia leito à correnteza

17 comentários:

ANGELICA LINS disse...

Como eu gostaria hoje de ser essa pedra e sentir-me um pouco mais resignada.

Belíssimo como sempre querido.
Beijo

Everson Russo disse...

Somente a pedra inspirava...tenso e intenso...abraços de bom sabado.

Wanderley Elian Lima disse...

Dentre tantos movimentos, ficar estático às vezes é a melhor solução.
Grande abraço

Unknown disse...

A pedra - mineral que amo.

Maravilhoso!

Beijos, poeta Mil!

Mirze

Unknown disse...

Muito bom! Abraço.

Ana SSK disse...

Resignacao de pedra. Coisa mais decidida!

Ingrid disse...

na dureza dos sons e das palavras nos vamos..
beijo Assis..

dade amorim disse...

Resignação é uma palavra totalmente fora de moda. E no entanto, se não fosse a pedra...
Beijo beijo.

Jorge Pimenta disse...

a totalidade do sólido diluída na aspereza do advérbio. ah, maldita morfologia gramatical...
um abraço, poeta que até das pedras faz a mais fina poesia!

Domingos Barroso disse...

imagens magníficas
...

forte abraço,
irmão Assis.

Daniela Delias disse...

A sonoridade desse poema é demais...fiquei aqui repetindo comigo mesma o primeiro verso, e foi tão bom de ouvir!!! És precioso, meu amigo...

Quintal de Om disse...

as pedras guardam poeira das estrelas
pó das estrada
das caminhadas
entregam às manhãs
porto pro pouso certo e acolhedor
dos pintasilgos e canarinhos,
dos bem te vis
e passarinhos mil
é!

as pedras não falam
mas contam histórias.

Abraços, flores e estrelas...

Úrsula Avner disse...

Olá poeta, o requinte de sua poesia traz a reflexão sobre os versos e o gosto pela arte de degustar a poesia... Grande abraço.

Lívia Azzi disse...

É preciso aprender a contemplar as pedras...

;-)

Lívia Azzi disse...

também há poesia nelas ...

Luiza Maciel Nogueira disse...

a pedra no caminho aqui virou diamante

beijo

Marcantonio disse...

Rapaz, essa vertente baiana do neoconcretismo é um assombro! Imagens, cada qual mais bela, disputando espaço, como gametas, para ganhar a luz.

Abração.