quarta-feira, 6 de abril de 2011

545 - quando sopra o terral em minhas têmporas

de fonte extensa vem a minha sede
perdura sobre as noites de mar
debruça-se aos ventos aziagos

eu colho as intempéries em jejum
e não me atrevo a dispor recordações
corrói-me as laminas como um vício

aquele que abrasei em tuas ilhas
sem nenhum propósito de serventia

16 comentários:

Everson Russo disse...

Abrasei em tuas ilhas,,,muito bom ....abraços de bom dia.

Luiza Maciel Nogueira disse...

belo Assis quando sopra o terral em minhas têmporas me lembra muito um matagal, a terra vermelha, o campo e um momento de reflexão em que estamos só conosco a imaginar.

Um beijo.

Wanderley Elian Lima disse...

Sempre virão as intempéries, mas como tudo na vida, elas também passam.
Abraço

dade amorim disse...

Tantas são as maneiras de falar do amor.
Beijo pra você.

Anônimo disse...

seus poemas me dão impetos de declamá-los, leios algumas vezes em voz alta, tentando achar o tom da declamação, tentando a char o tom do seu sentimento. Isto é verdadeiramente poesia, na sua forma mais provocativa e instigante.

Nanda Assis disse...

lindo poema!!

bjosss...

Quintal de Om disse...

e só me alimento em teus versos
me sustento dos inversos
das entempestuosidades do tempo
sou fiel e ventania
sou céu e areia fininha
tempestiando
minha fronte
na sina de me
esmorecer.

Belo, Assis.
Meu carinho.

Unknown disse...

Muito bom! Abraço.

Unknown disse...

ASSIS!

Colher as intempéries em jejum....

Maravilha!

Beijos, poeta MIL!


Mirze

Lívia Azzi disse...

Eu tenho um vício incontrolável com as palavras... uma sede que nunca finda!

Beijo!

Zélia Guardiano disse...

...eu colho as intempéries em jejum...
Demais, Assis!
Demais!
Abraço bem forte da
Zélia

Sandra Gonçalves disse...

E que a sede seja saciada em fonte infinita...beijos achocolatados

Jorge Pimenta disse...

há sedes que não se saciam, porque vivem... da própria sede. ah, malditos invernos pluviosos...
abraço, amigo!

Belos e Malvados disse...

Acho que é a melhor forma de viver e de amar: sem nenhum propósito de serventia.

Ingrid disse...

Assis,
a sede de tudo a queimar-nos.
beijos

Marcantonio disse...

"Sem nenhum propósito de serventia", então deve ser da mesma natureza que a poesia.

Abraço.