sexta-feira, 20 de abril de 2012

925 - Ária de levitação para seixo escondido na areia III


não há palavra que me salve da distancia
vazei o olhos para o girassol do horizonte
em todo porto há uma ânsia de despedida

a indelével mancha que me marca o peito
é seixo retorcido, alvoroço e mar de areia
não há palavra que me salve da distancia

não há sequer saliva para úmido do lábio
nem profundeza que germine ou abarque
mas a rota tosca desta miríade de versos

10 comentários:

Bípede Falante disse...

Às vezes, é como se todas as palavras falassem ao mesmo tempo. Ficamos, então, involuntariamente, surdos.
Beijoss

Luiza Maciel Nogueira disse...

mas existe beleza nestes versos :)

beijo

Everson Russo disse...

Muitas vezes as palavras não vencem distancias, mas os sentimentos sim,,,abraços de bom final de semana.

Joelma B. disse...

quando a voz já não encontra nenhuma pétala em bem-me-quer...

beijinho com admiração, mestre Assis!

Cris de Souza disse...

não há, não há e não há!

Jorge Pimenta disse...

"não há palavra que me salve da distância" - salve-me a distância da palavra, quando o verso tiver perdido a bússola, o pé e a estrela polar.

abraço, caminhante!

Anônimo disse...

Mas a tua palavra aproxima, nós que sofremos da mesma tormenta.

Beijo!

Mirze disse...

A sota não é tosca. A miríade de versos, revelará o esconderijo.

Tão lindo!

Beijo

Mirze

Daniela Delias disse...

Uma vez escrevi algo em meio a um poema, mais ou menos assim:

se o discurso é da carne
a palavra arranha
mas não contenta

Há esse tempo de ausências, distâncias e palavras que arranham mas nem chegam perto!

Bjo meu,

Dani

Anônimo disse...

tem de haver... tem de haver
nem que seja uma nesga de vento

beijo